segunda-feira, 19 de março de 2012

J'adore Jane Birkin


Não nasci para ser líder, por isso é anedótico ser eu a decidir; Laura - Audrey, Sara - Marilyn e eu - Birkin. Pronto, ficámos contentes com os ícones que nos calhou na "rifa" e referências absolutas neste blog. Admito, logo depois pensei, raios, tinha de ficar com "a debochada". 

Apaixonei-me pela Jane Birkin no filme «Je T'aime Moi Non Plus», talvez deva fazer justiça e dizer que primeiro me embeicei pelo co-protagonista Joe Dallesandro. Poucos sabem da existência do filme, mas da música cheia de lírica arfante, em parelha com o mentor Serge Gainsbourg, arrisco-me a dizer que daqui a muitos anos será ainda um clássico "timeless", a que muitas criancinhas devem a sua vinda a este mundo.

Porque gosto de acreditar que um homem e uma mulher são pessoas, antes de tudo, agrada-me desde sempre o conceito de androginia.  A dualidade, faz parte da minha própria personalidade, que se reparte entre aquela feminilidade que suscita a dúvida aos que estão de passagem levantam o sobrolho " sim é uma mulher, mas há tanto de rapazola naquela fraca figura", pensam. Longe de mim comparar-me a Birkin mas é precisamente por me rever nessa confusão de género que me perdi por ela.

Audrey ou Marilyn são tão mais bonitas, graciosas ou elegantes que Jane, comparar é uma heresia. Aliás, poderíamos apontar-lhe excessiva magreza ou os dentes de cavalo, mas ao contrários dos dois outros ícones, (para além de ainda estar viva, o que é a maior de todas as diferenças), é genuinamente uma tipa com estilo. Caminhar na Paris dos anos 70 com baguetes numa cesta de vime, nunca lhe conferiu a pinta de "dona de casa", mesmo que o fosse. Há coisas que nem a máquina poderosa de Hollywood conseguiria fazer acontecer; o sentido de estilo. E isso está  encrostrado na sua pele como as marcas do seu próprio ADN, goste-se ou não, é inegável.

Como cantora, uma nódoa e até como actriz não lhe reconheço grandes créditos (embora «Je T'aime Moi Non Plus» seja um dos meus filmes favoritos), tem um espírito livre que lhe permite várias sinergias artísticas que são apenas brilhantes porque Birkin é Jane Birkin.

1 comentário:

  1. Só eu e a Cláudia sabemos das nossas tertúlias nocturnas sobre Joe Dallesandro;)

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